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CALÇADOS

Exportações de calçados caíram 33% até julho, revela Abicalçados

Bianca Cintra
10/08/2020 11:46

A expectativa de uma melhora nas encomendas do mercado externo foram frustradas em julho, conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). No mês de julho, os calçadistas brasileiros embarcaram 6 milhões de pares, que geraram US$ 48,78 milhões, quedas tanto em volume (-26,8%) quanto em receita (-43,6%) ante o mesmo mês de 2019.

Com o resultado, no acumulado dos sete primeiros meses de 2020, as exportações somaram 49,13 milhões de pares e US$ 379,27 milhões, quedas 24,5% e 33,1%, respectivamente, no comparativo com período correspondente do ano passado. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que alguns dos principais mercados internacionais para o setor calçadista brasileiro, caso dos Estados Unidos e Argentina, estão demorando mais para sair da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Ele destaca que o maior mercado estrangeiro para o produto verde-amarelo, os Estados Unidos, viu seu PIB despencar quase 33% no segundo trimestre do ano, uma queda histórica, e que o fato aponta para uma queda no consumo naquele país. “A expectativa é de que registremos uma queda de 30% nas exportações ao longo de 2020, tendo uma pequena melhora somente no último trimestre do ano, isso a depender dos resultados das principal feira internacional para o setor, a Micam Milano, que acontece no final deste mês”, projeta o executivo. 

Principal mercado internacional para o calçado brasileiro, os Estados Unidos foram destino de 4,97 milhões de pares, que geraram US$ 48,78 milhões nos sete primeiros meses do ano. As quedas foram de 31,1% em pares e de 36,8% em receita no comparativo com igual período de 2019. Somente no mês de julho, as exportações para os Estados Unidos caíram 28,2% em pares e 51,7% em receita no comparativo com julho do ano passado, alcançando 571,54 mil pares e US$ 9,32 milhões. 

Estados

De janeiro a julho deste ano, o principal exportador de calçados brasileiros foi o Rio Grande do Sul. No período, os gaúchos embarcaram 12 milhões de pares por US$ 171,9 milhões, quedas de 29,2% e de 33,3%, respectivamente, ante o mesmo ínterim do ano passado. 

O segundo exportador do período foi o Ceará. Nos sete meses, os calçadistas cearenses embarcaram 15,6 milhões de pares, que geraram US$ 89,95 milhões, quedas de 34,2% e de 39%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período do ano passado. 

Com quedas de 12,4% em volume e de 33% em receita, São Paulo foi o terceiro exportador de calçados do ano. No período, os paulistas embarcaram 3,85 milhões de pares, que geraram US$ 39,6 milhões. 

Acumulado
Nos sete primeiros meses do ano, entraram no Brasil 14,7 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 189,65 milhões, quedas de 16,7% e de 11,6%, respectivamente, ante o mesmo período de 2019. Do Vietnã, foram importados 6,1 milhões de pares por US$ 109,4 milhões, queda de 6,9% em volume e incremento de 2,1% ante 2019. Da Indonésia, entraram no Brasil 1,96 milhão de pares por US$ 34 milhões, quedas de 29,4% e de 22%, respectivamente, ante 2019. A terceira origem do calçado importado foi a China, de onde foram importados 5,12 milhões de pares por US$ 23,12 milhões, quedas em pares (-18,5%) e receita (-17,8%) ante o ano passado.

Em partes de calçados - cabedais, solas, saltos, palmilhas etc - as importações somaram US$ 11,9 milhões nos sete meses, queda de 35,6% ante 2019. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã. 

Foto: Divulgação