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Preços do arroz e outros alimentos disparam e população reclama de abusos

Redação Portal de Franca
07/09/2020 16:29
Um dos principais alimentos presentes na mesa do brasileiro está cada vez mais caro nas prateleiras dos supermercados. A alta nos valores cobrados pelo arroz tem causado muita reclamação dos consumidores e cobranças por fiscalizações para evitar os abusos em alguns estabelecimentos. 
 
Na região de Franca, os valores pelo pacote com 5 quilos pode chegar a R$ 25,00, mas em algums estados como Minas Gerais há registros de supermercados vendendo o produto por R$ 42,99. 
 
Não bastasse a alta  nos preços do arroz, outro produto considerado básico na refeição do brasileiro também tem registrado elevados aumentos nos últimos meses. De acordo com os dados, o feijão carioca registra uma alta do preço médio ao produtor de 27,1% entre janeiro e maio de 2020 e de 109,2% nos últimos 12 meses. 
 
A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (ABIARROZ) divulgou nota sobre o assunto e diz "nas últimas semanas, a indústria tem sofrido enorme dificuldade de acesso à matéria-prima, decorrente da restrição de oferta do arroz, que está concentrada em poder de poucos produtores. Esse movimento tem resultado em falta de referência para comercialização do arroz e na oscilação generalizada nos preços do cereal para cima, tanto para a indústria como para os consumidores"
 
O texto ainda acrescenta "a ABIARROZ esclarece que ao perceber a alta descontrolada de preços comunicou ao setor produtivo e às autoridades competentes, com a preocupação de que seja mantido o abastecimento regular do produto até a próxima safra e de que haja uma estabilidade no preço final ao consumidor, especialmente nesse momento de crise pandêmica. Nos últimos 25 dias, observou-se uma alta de mais de 30% no custo da matéria-prima, além do reajuste já ocorrido em decorrência do aumento da demanda no início da pandemia. Os preços praticados ultrapassaram em 290% o valor do preço mínimo estabelecido pelo governo federal". 
 
E ainda se defende "a entidade não apoia ataques pessoais a representantes de segmentos ou autoridades, e lamenta a disseminação de inverdades de forma irresponsável e leviana, porquanto atua no cumprimento de sua função econômica e social, com razoabilidade e transparência. As condições de mercado e do histórico de prejuízos do setor produtivo de arroz justificam reajustes de preços, entretanto, esses fatores não legitimam o absoluto descontrole que se observa diante do grave quadro social de saúde e desemprego atual, com comprometimento da continuidade da atividade industrial e em prejuízo do consumidor". 
 
situação gera ao mesmo tempo revolta e virou motivo de piada nas redes sociais. Os famosos memes tomam conta das redes e até manifestações de autoridades e artistas quanto ao tema ganharam repercussão nesta segunda-feira (7). 
 
A disparada de preços não se restringe a dupla mais famosa do prato brasileiro, mas o impacto também é registrado com altas nos preços de leite e óleo de soja, por exemplo, que estão com aumento acumulado médio em 18,85% no ano, número quase quatro vezes maior que o índice geral de preços dos alimentos (5%).  
 
Em comunicado, a Associação Paulista dos Supermercados (APAS) também se posicionou e alega "tem reforçado, desde o início da pandemia, para que os supermercados associados não aumentem suas margens de lucro e repassem aos consumidores apenas o aumento proveniente dos fornecedores, de modo que possamos assegurar o emprego dos nossos colaboradores e garantir que a população tenha alimentos de qualidade à disposição" 
 
A nota ainda releva "assim como Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e as demais 26 associações estaduais afiliadas à entidade que representa o setor supermercadista nacionalmente, a APAS recomenda aos supermercadistas que continuem negociando com seus fornecedores e comprem somente a quantidade necessária para a reposição, bem como ofereçam aos seus consumidores opções de substituição aos produtos mais impactados por esses aumentos provenientes dos fornecedores de alimentos". 
 
Alimentos mais caros 
 
O preço global dos alimentos subiu pelo terceiro mês em agosto, impulsionado por cereais, óleos vegetais e açúcar, disse a agência das Nações Unidas para alimentação nesta quinta-feira (3).
 
O índice de preços da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que mede variações mensais em uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, atingiu uma média de 96,1 pontos mês passado, ante 94,3 em julho. O indicador aumentou 1,9% ante o mês anterior, mas teve uma alta de 7% na comparação anual.
 
A FAO, sediada em Roma, também disse em comunicado que a colheita global de cereais segue caminhando para um recorde anual em 2020. A FAO revisou para baixo sua estimativa para a safra de cereais de 2020 em 25 milhões de toneladas, principalmente devido às expectativas de queda na produção de milho dos Estados Unidos. Porém, apesar da redução, a agência ainda espera uma colheita recorde este ano, de cerca de 2,765 bilhões de toneladas, alta de 3% ante os níveis de 2019.
 
"Colheitas recordes de milho são esperadas na Argentina e no Brasil, enquanto a produção global de sorgo [cereal utilizado na alimentação animal] deve crescer em 6% em relação ao ano anterior. A produção mundial de arroz 2020 também deve atingir um novo recorde de 509 milhões de toneladas", disse a FAO.
 
A previsão para o consumo de cereais em 2020/21 atingiu 2,746 bilhões de toneladas, uma alta de 2% em relação a 2019/20.A estimativa para estoques de cereal globais no fim da temporada em 2021 é de 895,5 milhões de toneladas, uma queda de 33,4 milhões de toneladas desde julho.
 
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