O mês de julho não tem sido fácil quando se fala em controle da pandemia de coronavírus em Franca (SP). Em sete dias, foram 4 mortes registradas pela Covid-19 sendo duas mulheres de 58 e 61 anos e dois homens de 47 e 67 anos, a cidade soma até o momento um total de 12 óbitos desde o início da pandemia.  

Além dos óbitos, o número de infectados também soma 499 e pela primeira vez nos últimos dias, ontem (7), a quantidade de curados um total de 20 foi maior que os contaminados sendo total de 17.

Ainda de acordo com os últimos dados do boletim epidemiológico, Franca tem desde o início da pandemia 173 pacientes que venceram a doença. Os suspeitos somam 183 e o negativos chegaram a 924.

As autoridades além de acompanhar as altas nos números, enfrentam uma grave situação de colapso no sistema de atendimento aos pacientes. Ainda de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, a ocupação de leitos segue no limite, lembrando que a região de Franca é a que tem o menor número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atendimento de pacientes de 23 municípios.

Com relação aos leitos clínicos (também conhecidos como de enfermaria) dos 45 disponíveis, 11 estão ocupados.

Já os leitos de UTI do SUS dos 22 disponíveis 17 estão ocupados sendo estes oferecidos exclusivamente pela Santa Casa de Franca e o Hospital do Coração. Lembrando que a entidade por várias vezes reclamou que desde o início da pandemia não recebeu verbas públicas para instalação de leitos e tratamento de pacientes. A situação se agravou no fim de semana quando um comunicado oficial informou a ocupação de 100% dos leitos de UTI adulto.

Na rede privada, os 11 leitos de UTI disponíveis nos hospitais Unimed São Joaquim e São Francisco/Regional um total de 10 estão ocupados.

Estado

A Prefeitura após muita pressão e a cidade de colapso confirmou que vem solicitando ao Estado a habilitação de 20 leitos, vale lembrar, que o procedimento não depende apenas dos respiradores, mas também de repasses de recursos públicos para custeio das despesas geradas em uma UTI.

Até o momento não há nenhuma novidade em relação ao assunto, ou seja, a situação segue complicada. Os deputados estaduais Graciela Ambrósio (PL) e Roberto Engler (PSB) também se manifestaram informando que enviaram ofícios ao Estado e Ministério da Saúde.

Críticas

O prefeito Gilson de Souza (DEM) tem sido alvo de muitas críticas devido a situação grave que vive a cidade e a falta de gestão.

Gilson não se pronuncia publicamente sobre as ações que estão sendo feitas em busca de soluções e foi duramente criticado pela gestão de recursos ao Hospital da Caridade que não tem suporte para atendimento de pacientes que precisem de UTI e os repasses autorizados pela Prefeitura e Câmara à Santa Casa de Franca não chegaram ao hospital devido a intervenção do Estado.

Plano São Paulo

A soma de problemas com alta de casos, falta de estrutura de leitos e recursos para as entidades de saúde agrava ainda mais a situação da região de Franca que atualmente está na fase 1 (vermelha) que é a mais rigorosa do plano e autoriza apenas o funcionamento das atividades essenciais.

O detalhe é que na próxima sexta-feira (10) uma nova reclassificação será feita pelo governador João Doria (PSDB) e em permanecendo essa situação dificilmente a região terá avanço e pode ser mantida na fase 1 o que prejudica diretamente o comércio e as principais atividades econômicas não só de Franca, mas de outros 22 municípios que integram a região.

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