A Tribuna Livre foi utilizada novamente na manhã desta terça, 14, durante a 20ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Franca, para repercutir aspectos da crise causada pelo novo coronavírus (Covid-19).

Desta vez, o presidente da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca), Tarciso Bôtto, fez uso da palavra para ler um manifesto em nome dos 3,5 mil associados do órgão. O documento expressava o descontentamento da Acif com as medidas de combate à pandemia adotadas pelo governo municipal.

Bôtto também apresentou informações preocupantes sobre a economia francana. Entre março e maio deste ano, dados oficiais do governo federal mostraram que Franca fechou 10.193 vagas com carteira assinada e, segundo projeções do Instituto de Economia da ACIF, até o final do ano, esse número pode chegar a 15.920.

O valor abarca demissões tanto no comércio quanto na indústria. O setor produtivo de Franca como um todo teve um prejuízo de R$ 610 milhões durante a pandemia. 

“Os associados cumpriram os decretos municipais e seguiram todos os protocolos sanitários recomendados para a retomada das atividades. A gestão municipal equivocada ocasionou o rebaixamento de Franca na classificação do Plano São Paulo e, com isso, o setor comercial e as milhares de pessoas que dele dependem. Convoco os membros desta Casa, que são os nossos representantes legais, a se unirem nesse movimento para conseguirmos juntos, com atitudes diretas, enérgicas e efetivas, superarmos esse momento” disse Tarciso. 

O presidente da Câmara, o vereador Pastor Palamoni (PSD); e os parlamentares Marco Garcia (Cidadania); Adérmis Marini (PSDB); Carlinho Petrópolis Farmácia (PL); Corrêa Neves Jr. (PSD); Nirley de Souza (PP); Della Motta (Podemos); e Pastor Otávio Pinheiro (PTB) apoiaram a proposta de Tarciso e asseguraram que farão sua parte para tentar resolver a situação. A fala do presidente da Acif pode ser conferida na íntegra pelo Youtube.

Veja o manitesto na íntegra: 

MANIFESTO PÚBLICO 

A ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), que representa mais de 3,5 mil associados, manifesta seu descontentamento com o Poder Público Municipal no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 em nossa cidade. A posição atual de Franca no Plano São Paulo (fase vermelha) traz consigo inúmeros prejuízos para a nossa
atividade econômica e acarreta perda de postos de trabalho.

Somente entre março e maio últimos, dados oficiais do Governo Federal mostram que Franca fechou 10.193 vagas com carteira assinada e, segundo projeções do Instituto de Economia ACIF, no cenário atual, até dezembro esse número pode chegar a 15.920. Isso demonstra claramente as dificuldades extremas que nosso setor econômico enfrenta. Se a economia não se mantém ativa, nossa cidade empobrece e, inclusive, a arrecadação municipal cai. É um círculo negativo, em que todos perdem.

É importante destacar, que os associados aqui representados cumpriram os decretos municipais e seguiram todos os protocolos sanitários recomendados para a retomada das atividades, com respaldo da ACIF no que se refere às orientações e serviços necessários a fim de reabrir seus negócios.

A gestão municipal equivocada ocasionou o rebaixamento de Franca na classificação do Plano São Paulo e, com isso, o setor comercial e as milhares pessoas que dele dependem mais uma vez estão sendo penalizados. Os baixos indicadores de controle da pandemia e de capacidade hospitalar mostram a inoperância municipal quanto à utilização dos recursos voltados para o combate da pandemia do novo coronavírus, o que ocasiona não só prejuízos financeiros, mas e principalmente, ceifa inúmeras vidas e causa dor aos francanos.

Vale lembrar que a ACIF, em todas as suas ações, sempre teve como premissa a priorização da vida e, por consequência, da economia de nossa cidade. Segundo estimativa do Instituto de Economia ACIF, o setor produtivo de Franca teve um prejuízo de R$ 610 milhões durante essa pandemia.

Fato é que sabemos que nossos gestores poderiam ter contribuído para redução desse número, porém pouco ou nada fizeram para amenizar essa perda. Vivemos um momento inédito e nossos esforços são mais do que necessários para que
possamos atravessar essa pandemia sem mais sequelas do que já carregamos. Precisamos, em primeiro lugar, proteger a vida e, na sequência, o trabalho, ferramenta fundamental para a dignidade humana e uma economia ativa.

Evidente que gerir melhor cada passo e empregar de forma eficaz os recursos seria imprescindível para que não estivéssemos na pior classificação possível do Plano São Paulo.

Isso não pode continuar!

Se nada for feito, a cidade amargará somente nesse mês de julho uma perda de mais 1.235 postos de trabalho e uma queda de receita de R$ 152 milhões, conforme projeção do nosso Instituto de Economia.

Reforçamos mais uma vez que os associados aqui representados pela ACIF esperam medidas efetivas do Executivo e mais que isso, uma ação concreta em prol da criação de novos leitos de UTI Covid-19 pelo SUS e de políticas públicas a todos aqueles direta ou indiretamente são afetados por essa pandemia.

Considerando a quantidade de tempo entre o início da pandemia do novo coronavírus no País e o momento mais agudo vivido atualmente em nossa cidade, percebemos que nosso Município não fez o planejamento correto e necessário. Porém, ainda há tempo para mudar!

É possível fazer diferente e nós, associados da ACIF, esperamos muito por isso. Franca não pode ficar à mercê de uma gestão ineficiente. Os danos serão irreversíveis. Convoco os membros desta Casa, que são os nossos representantes legais, a se unirem nesse movimento para conseguirmos juntos, com atitudes diretas, enérgicas e efetivas, superarmos
esse momento. Conto com a ajuda de vocês!

Tarciso Bôtto
PRESIDENTE DA ACIF

Foto: Divulgação