O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira que o país foi o primeiro do mundo a registrar uma vacina contra o novo coronavírus.

Segundo ele, a dose é eficaz, permite uma imunidade estável contra a Covid-19 e passou por todos os testes necessários. A comunidade internacional, no entanto, coloca o anúncio russo sob suspeita. Isso porque a Rússia não publicou nenhum estudo ou dado científico sobre os testes realizados.

Para a Organização Mundial de Saúde, por exemplo, que acompanha mais de 100 pesquisas sobre vacinas que estão sendo realizadas ao redor do mundo, a dose registrada pela Rússia está em na fase 1 do processo de desenvolvimento.

Lembrando que, por padrão, são necessárias 3 fases completas de estudos e testes clínicos para que uma vacina tenha eficácia e segurança comprovada e comece a ser aplicada em massa. De todos os estudos ao redor do mundo, ao menos 4, segundo a OMS, estão na fase 3. E a vacina russa não é um deles.

Apesar disso, nada impede a Rússia de adotar a vacina em seu programa de saúde - mesmo sem ter cumprido as 3 etapas. Especialistas avaliam, no entanto, que é como ser o país estivesse fazendo uma experiência em nível nacional, já que ainda não há estudos clínicos suficientes a respeito da dose.

Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, a vacinação da população deve começar em outubro, de forma gratuita.

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