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Empresa São José pede auxílio emergencial e reajuste na tarifa

Redação Portal de Franca
04/12/2020 10:24

A São José, operadora do sistema coletivo urbano de Franca, solicitou novamente pedido de auxílio emergencial para a Prefeitura de Franca. Desde o início da pandemia da Covid-19, em março deste ano, a concessionária tem solicitado ajuda financeira para manter os ônibus nas ruas.

“A São José já protocolou oito pedidos de auxílio emergencial e, até hoje, não obteve nenhuma resposta por parte da Prefeitura. A concessionária só está conseguindo operar por dois motivos: primeiro, porque tem um compromisso com os usuários; e, segundo, porque recorreu ao mercado financeiro para honrar os compromissos”, afirma Paulo Barddal, diretor de Comunicação da São José, integrante do Grupo Belarmino.

Embora o contrato de concessão preveja a revisão anual do valor da tarifa, nos últimos quatro anos a Prefeitura de Franca fez o reajuste apenas duas vezes.

“Outras municipalidades brasileiras entenderam o momento delicado que o setor de transporte passa e, por isso, têm dado auxílio financeiro para que as concessionárias consigam manter o pagamento dos funcionários e fornecedores. A pandemia causou uma queda abrupta na demanda, mas diversos prefeitos entenderam a necessidade de manter o transporte rodando, de forma a não prejudicar a população usuária”, argumenta Barddal.

Em Franca, o transporte só continua rodando porque a concessionária São José está bancando os prejuízos sozinha. Atualmente, o custo do passageiro transportado em Franca é de R$ 5,61, isso sem levar em consideração que o desequilíbrio se acentuou desde o final de março.

"O atual prefeito decretou apenas duas revisões nos últimos quatro anos e, com isso, o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato só aumentou”, diz. O valor da tarifa vigente é R$ 4,30 para quem paga em dinheiro. Para quem utiliza o cartão Comum, o valor cai para R$ 4,10.

No dia 8 de abril, a concessionária fez o primeiro pedido de auxílio emergencial. “Na época, pedimos a isenção de impostos e um valor para cobrir os custos fixos da operação. Para fecharmos as contas do mês de março, a ajuda era de R$ 2,29 milhões”, lembra.

No final de março/início de abril, tanto a Prefeitura de Franca como o Governo de São Paulo adotaram diversas medidas restritivas sob a alegação da necessidade do distanciamento social para evitar a contaminação pelo coronavírus e evitar colapso no sistema de saúde. Foram fechadas lojas, escolas, academias, prestadoras de serviços, entre outras atividades econômicas.

Com isso, o impacto no setor de transporte foi imediato pois muitos usuários ficaram em suas casas, diminuíram as suas atividades e reduziram os deslocamentos. De abril a outubro, o valor emergencial solicitado foi de R$ 6,442 milhões. Em abril de 2019, por exemplo, foram transportados 1.373.865 passageiros. Em abril deste ano, apenas 233.036 passageiros, ou seja, queda de 83,04%.

Outro problema sério, decorrente da pandemia e da falta de ajuda, foi dispensa de 92 colaboradores diretos. Antes da pandemia, o quadro de funcionários era de 365 pessoas. Hoje, é de apenas 273 colaboradores.

Em novembro deste ano, mesmo na Fase Amarela do Plano São Paulo, a São José transportou 493.002 passageiros contra 1.253.667 usuários no mesmo mês do ano passado, ou seja, a queda na demanda é de 60,1%. Mesmo diante das dificuldades, a concessionária mantém cerca de 60% da frota em circulação.

Foto: Reprodução