Um dos temas que mais esteve em evidência no último ano foi a saúde mental. Não é para menos, afinal, a pandemia trouxe à luz um problema que há muito andava pelas sombras. A ansiedade, depressão, burnout sempre permearam as empresas e os lares, mas foi com o surgimento da Covid-19 que essas doenças ganharam um status alarmante.

No Brasil, a primeira fase de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde no final de 2020 detectou ansiedade em 86,5% dos indivíduos pesquisados, transtorno de estresse pós-traumático em 45,5% e depressão grave em 16% dos participantes do estudo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia interrompeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países do mundo e, ao mesmo tempo, intensificou a procura por esses mesmos serviços.

Por essa razão, o Grupo Mulheres do Brasil aderiu à Campanha Janeiro Branco - criada em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão - voltada à conscientização e à promoção da Saúde Mental.

Até 31 de janeiro, está sendo transmitida pelo Instagram @grupomulheresdobrasil uma programação de Lives, rodas de conversas, materiais de apoio e dicas, com acesso gratuito, em que grandes especialistas em saúde mental compartilham conhecimentos e mostram como é possível melhorar a qualidade de vida com a ajuda do autoconhecimento, ferramentas de autocuidado e de tratamento adequado, quando necessário.

Na Live de abertura, ocorrida dia 13 de janeiro, com o tema "Saúde Mental e Janeiro Branco: Conversa para todos, e não para alguns", a psicóloga e líder do Comitê de Apoio Emocional do Grupo Mulheres do Brasil, Fátima Macedo, e a consultora de carreiras e líder de Comunicação do mesmo Comitê, Mariana Passos, discorreram, de forma leve e acessível, sobre o contexto da saúde mental no Brasil e no mundo, as causas de adoecimento, quais são as doenças da mente e suas consequências.

Muito antes da pandemia

A campanha de apoio ao Janeiro Branco é um desdobramento do trabalho realizado pelo Comitê Apoio Emocional do Grupo Mulheres do Brasil, em parceria com o Comitê Saúde e os Núcleos Fortaleza, Recife e Florianópolis.

De acordo com Fatima Macedo, a importância do cuidado com a saúde mental é um dos grandes temas do Comitê para 2021, contribuindo assim, tanto na prevenção quanto no avanço da diminuição de estigmas e preconceitos diante da necessidade de buscar ajuda especializada para o desconforto emocional.

"Este é um assunto que precisa ser encarado de frente, seja na vida pessoal ou no ambiente de trabalho e que diz respeito a todos nós. Por isso, é preciso falar abertamente sobre Saúde Mental, sem críticas ou julgamentos, e mostrar às pessoas que estão em situação de sofrimento emocional que elas não estão sozinhas e que existem meios acessíveis de lidar com qualquer uma dessas situações, reforça a especialista.

A necessidade de um lugar de fala a respeito das angústias, incertezas, medos, desconfortos emocionais, adoecimento mental e a busca do bem-estar foi o que motivou o psicólogo Leonardo Abrahão a criar, em 2014, a campanha Janeiro Branco que, na época, convidou outros psicólogos(as) de Uberlândia(MG) para irem às ruas, às instituições e às mídias da cidade para falarem às pessoas sobre Saúde Mental, Saúde Emocional, sentido de vida, qualidade de vida e harmonia nas relações humanas.

Desde então, a campanha liderada pelo Instituto Janeiro Branco, vem se consolidando como a maior do mundo em prol da construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade.

Para Abrahão, 2020 foi um ano de provas, de desafios e de revelações em relação à Saúde Mental de todas as pessoas do mundo. "Por isso, é essencial disseminar informações e dados sobre saúde mental, inspirando as pessoas a se engajarem, seja divulgando posts nas redes sociais, promovendo conversas com especialistas, palestras ou, simplesmente, abrindo-se para escutar as pessoas ou tirando dúvidas virtualmente".

Nos últimos anos a campanha Janeiro Branco ganhou mais alcance nas redes sociais, mostrando a força da tecnologia para o bem. Em 2021 as atividades presenciais foram reduzidas pela segurança em tempos necessários de isolamento social

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