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DEMANDA

Maior fábrica de álcool gel do país amplia setor de produção

Redação Portal de Franca
29/02/2020 07:00

A prioridade para que o mercado não tenha que se preparar para um possível desabastecimento de álcool em gel está alinhada com a preocupação mundial em torno das novas confirmações sobre o coronavírus. Após o carnaval, dois casos em especial chamaram a atenção.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC - sigla em inglês) confirmou mais um caso de novo coronavírus (Covid-19) no norte da Califórnia com o agravante que a paciente não teria viajado para o exterior e não teria tido contato com pessoas que estiveram em países onde a situação é mais grave.

No Brasil, foi confirmado o primeiro caso de contágio pelo coronavírus. O paciente mora em São Paulo e havia viajado para a Itália, onde provavelmente adquiriu o vírus. Ele vai passar o período de 14 dias de isolamento em sua residência. Essas e outras notícias divulgadas nas últimas 48 horas fizeram a demanda por álcool em gel aumentar significativamente, pois o produto faz parte das ações preventivas preconizadas no protocolo do Ministério da Saúde de enfrentamento da doença.

De acordo com o CEO do Grupo MPR e Companhia Nacional deÁlcool (CNA), Leonardo Medeiros Antunes Ferreira, “a demanda em janeiro foi o dobro da esperada e fevereiro jásupera inclusive os meses mais críticos de 2016 quando o Brasilfoi surpreendido pelos casos de H1N1”.
 
Naquele momento, dealguma forma, a população se preparava para o uso do álcoolem gel como forma de prevenção, mas ainda era o início de umaconscientização em grande escala. Atualmente, a fábrica viveuma realidade diferente por ter saído na frente em 2016 com amodernização da planta e está pronta, a partir de agora, aintegrar o segundo turno de trabalho com aumento de 10% decontratação de funcionários. Se houver necessidade já planejatambém o terceiro turno.
 
“É que a Empresa está recebendo também cotações para o exterior, em especial para os paísesasiáticos, onde já há falta do produto. “Se essas negociações setransformarem em vendas colocaremos outra parte doplanejamento em prática para atendermos à exportação”, diz Leonardo.
 
A CNA é fabricante das marcas de álcool Coperalcool, Zumbi eZulu e é controlada pelo fundo Alothon Group. É a responsávelpor colocar no mercado o álcool em gel de limpeza e o gel paramãos, o 70°, certificado pela Anvisa como o produtorecomendado para a higienização das mãos. Há ainda o álcoolem pano umedecido, também 70° e o álcool 46°, líquido, comefeito bactericida, que proporciona na limpeza a ação livre debactérias por até seis horas de duração.
 
Atualmente o álcool em gel para as mãos representa de 5% a10% do faturamento da CNA, porém, com o aumento da demanda para o enfrentamento da doença, isso pode saltarpara 20% ou 25% de aumento no faturamento.Especialistas da área da saúde reforçam em todas asdivulgações por meio da mídia que o álcool em gel é fundamental para a prevenção, principalmente no uso deespaços públicos. Higienizar as mãos se torna primordial nessemomento. Mesmo a pessoa não podendo lavar as mãos, nãodeve se esquecer de passar o álcool em gel; é o que reforçamos médicos especialistas.
 
Risco
 
A CNA lançou um plano com fornecedores para o abastecimento de insumos que são utilizados na fabricação doálcool. Mesmo assim, não está descartado o risco de faltarproduto, de acordo com a demanda e a expectativa dosdesdobramentos do coronavírus que poderão acontecer. Aindatemos também o risco provocado pela entressafra.
 
De acordo com Júlio César, diretor industrial, “essa época do ano aindaestaríamos nos preparando para atender a demanda extra deálcool em gel sazonal do inverno a partir de abril, mas fomos surpreendidos pelo aumento em pleno verão. Então podemosesse ano ter o equivalente a dois invernos com o volumeadicional do coronavírus”.
 
Outro número que também surpreende é o preço do álcool queestá mais caro entre 25% e 30% em relação ao mesmo períododo ano passado.Em época de atenção redobrada, os reflexos do coronavírus nomundo não param de acontecer.Grande parte do norte da Itália permanece confinada, trazendoimpacto no dia a dia das pessoas. O turismo já está sofrendofortemente e até o Campeonato Italiano de futebol tevepartidas canceladas.
 
No Irã - epicentro do surto no Oriente Médio - já há sinais depânico na corrida por alimentos nos supermercados.O desafio mundial agora é equilibrar necessidade, demanda eprodução de produtos como o álcool em gel para tentarminimizar os impactos da crise. Para que, dessa forma, todospossam vencer a luta pela saúde.