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Conta de luz pode ficar mais cara com acionamento da bandeira vermelha

Redação Portal de Franca
25/05/2021 10:41

A falta de chuvas vai continuar pesando no bolso do consumidor. Segundo projeções da Trinity Energia, consultora e comercializadora de energia no Mercado Livre, a expectativa é que a partir de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) acione a bandeira tarifária vermelha patamar 2, a mais cara de todas, fazendo a conta de luz aumentar ainda mais.

Dessa forma, a fatura dos brasileiros sofrerá um acréscimo de 0,06243 para cada kWh consumidos, ou R$ 6,243 para cada 100 kWh. Na prática, isso significa dizer que a conta de luz de uma família média brasileira poderá chegar a R$ 103,75, um acréscimo de 8,5% em apenas dois meses, na comparação com a bandeira amarela, vigente em abril.

O sistema de bandeiras tarifárias, utilizado pela Aneel, procura sinalizar para o consumidor o custo real da energia, induzindo o uso mais consciente do insumo. Quando a bandeira é verde, significa que não há maiores restrições ao consumo, porque os reservatórios estão cheios e a produção das hidrelétricas está normal.

Bandeira amarela indica preocupação. Bandeira vermelha patamar 1 é sinal de alerta. Já a bandeira vermelha patamar 2, a última da escala e a mais cara, significa que o sistema pode entrar em colapso. Nesses casos, o custo de geração será bem mais alto.

É o que pode acontecer no Brasil por conta do último período úmido, determinado pelos meteorologistas como os meses de dezembro a março. Segundo a ONS, o quarto pior da série histórica de 91 anos de medição do órgão. Com a estiagem prolongada, os reservatórios caíram e a geração das hidrelétricas diminuiu, provocando o sistema a acionar usinas termelétricas, que funcionam com gás ou com óleo diesel, e têm custo de geração mais elevado.

“É uma lógica proporcional, menos chuva e mais consumo, mais cara a energia. As térmicas já foram acionadas e devem seguir ligadas até o final do ano. Essas geradoras funcionam à base de combustíveis fósseis, que são mais caros. Este custo é repassado ao consumidor em forma de bandeira tarifária”, analisa João Sanches, CEO da Trinity Energia.

“Por ora acreditamos que o racionamento de água está descartado. Porém, com o anúncio da bandeira vermelha patamar 2 e mesmo no patamar 1 é importante que os consumidores evitem o desperdício de água e de energia”, conclui Sanches.

Foto: Reprodução