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VACINAÇÃO
'A pressa é inimiga da perfeição', diz Queiroga sobre vacinar crianças
20/12/2021 08:53
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (20) que "a pressa é inimiga da perfeição" em relação à vacinação de crianças.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na semana passada uma versão da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. O governo Bolsonaro, porém, ainda não disse quando os imunizantes vão começar a ser aplicados.
"O principal é a segurança. No ano de 2021, considerando o pico, onde houve 4000 óbitos, crianças de 5 a 11 anos, menos de 150 óbitos. Não que eu esteja menosprezando, cada vida é importante", afirmou o ministro à imprensa, em Brasília. "Os pais terão a resposta no momento certo, sem açodamento", continuou o ministro.
Na última quinta (16), porém, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirmou que nenhuma outra doença matou tantas crianças e adolescentes no Brasil em 2021 quanto a Covid-19.
Segundo o infectologista Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e que participou da avaliação da Pfizer junto à Anvisa, a Covid matou mais crianças do que coqueluche, diarreia, sarampo, gripe e meningite somadas.
"A gente fala que só 0,4% das mortes ocorrem nos menores de 20 anos, mas 0,4% de 600 mil mortes são mais de 2.500 crianças e adolescentes que perderam a vida para a Covid", declarou.
O Ministério da Saúde diz que só vai ter uma posição em 5 de janeiro, após fazer uma consulta pública e consultar a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19. Essa câmara, porém, já tem consenso a favor da vacinação infantil.
Nesta segunda, Queiroga disse que ficou sabendo desse posicionamento pela imprensa e, com o documento em mãos, disse que não ia se manifestar "com base num documento público de três páginas".
"Não é um comunicado público que vai fazer o Ministério da Saúde se posicionar de uma maneira ou de outra. Eu preciso de toda a análise. A Análise da qualidade, da evidência científica apresentada, avaliação da amostra de pacientes naquele ensaio clínico. Nós temos que verificar tudo."
Foto: Reprodução