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Franca perdeu mais de 21 mil empregos nas indústrias desde 2013, diz presidente do Sindifranca

Samuel Cintra
26/05/2020 18:17

Os impactos provocados pela pandemia no setor calçadista agravaram as dificuldades enfrentadas pelos empresários do segmento. Na manhã de hoje (26) o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados (Sindifranca) José Carlos Brigagão usou a Tribuna Livre da Câmara Municipal para apresentar alguns dados e cobrar apoio dos políticos.

Brigagão iniciou a fala apresentando os números relativos a desindustrialização que ocorreu nos últimos anos e afetou diretamente as indústrias calçadistas. “Em 1973, a indústria de transformação representava 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em 1985, era de 21,6% do PIB, e de 1986 a 2017 caiu para 11,1%” disse José Carlos.

Ele ainda acrescentou os dados locais e disse “a situação do setor calçadista francano, eu pego sempre 2013 porque foi a maior produção 39,5 milhões de pares de calçados produzidos para uma capacidade instalada de mais de 40 milhões de pares ao ano. Geração de empregos em 2013, precisamente no mês de outubro, nós empregávamos 30.381 funcionários com uma média anual de 28.496. Em 2019, nós encerramos em dezembro com 14.402, o menor número desde o ano 2000. Em 2020, o governo federal ainda não disponibilizou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)”.

Quanto aos empregos Brigagão disse “se nós terminamos dezembro com 14.402 e pela pesquisa que nós fizemos por amostragem nós devemos ter hoje em Franca de 8 a 9 mil funcionários, ou seja, de 30 mil funcionários que tínhamos em 2013 para 9 mil funcionários. Esse é o verdadeiro desemprego na cidade de Franca”.

As indústrias calçadistas estão praticamente paradas já que desde o dia 27 de março com a imposição das restrições para evitar o avanço da pandemia as produções foram afetadas e atualmente em média 20% somente em atividade para atendimento de demanda de vendas pela internet.

Ele ainda durante a fala por 10 minutos, destacou “não tem como trabalhar, enquanto o comércio nacional, enquanto os Estados Unidos não voltar a normalidade, essa situação vai persistir” alertou.

Ainda de acordo com os dados apresentados, Franca nos últimos 10 anos exportou em média 2,8 milhões de pares por ano. Em 1993, a cidade exportava 15,5 milhões de pares de calçados.

“Nós não temos empresa para poder se projetar, é preciso que nossos governantes nos deem um norte. Para onde é que nós vamos? O comandante do barco, o senhor nós para entramos no mesmo barco e mandou todo mundo remar, mas o senhor não nos disse para onde que nós vamos, enfrentar tempestade e situações difíceis pela frente. E assim não nos dá condições de planejamento” disse Brigagão.

José Carlos queixou-se, acrescentando que uma proposta de planejamento estratégico para o setor foi enviada ao governo estadual no início deste ano, mas, até o momento, não houve resposta.

José Carlos, então, pediu a colaboração dos vereadores para intermediar a questão, recebendo suporte dos parlamentares Pastor Otávio Pinheiro (PTB), Corrêa Neves Jr. (PSD), Claudinei da Rocha (MDB) e Adérmis (PSDB).

Veja a fala de Brigagão a partir de 1h14min: 

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